domingo, 6 de março de 2016

Eu e a moda

Sempre achei que moda era um negócio desnecessário. Algo que a indústria das compras e da publicidade te enfiam goela abaixo. Quando comecei a trabalhar no Ver Mais Joinville (RICTV Record) confesso, tinha um certo preconceito com as matérias que envolviam dicas de maquiagem, e tendências de roupas e calçados. Naquela época eu achava que apenas trabalhar ajeitadinha para o vídeo está mais do que bom. Um terninho e calça jeans e fechou o caixa. E aqui entre nós, quando cheguei em Joinville, meu Deus, era muito desajeitada hahaha.

Convivendo com a apresentadora Evelise Lais, que hoje inclusive é minha amiga, comecei a olhar o mundo da moda de outro ângulo. Percebi que ela passava com muita simplicidade dicas para mulheres que muitas vezes estavam acima do peso, de licença maternidade, com baixa autoestima, e que precisavam se sentir bonitas. E para elas, aquelas dicas eram importantes. Truques de como disfarçar as gordurinhas, do tamanho certo de bolsa para cada tipo de corpo e assim por diante.

Nessa mesma época li um artigo que explicava por que os funcionários do setor da faxina (limpeza) do metrô de São Paulo trabalhavam com uniformes sociais, camisa de botão e calça de prega. No texto dizia que um estudo da empresa comprovou que as pessoas bem vestidas eram melhor tratadas, e uniformizar o trabalhador com roupas sociais era uma forma de garantir que ele seria respeitado em meio a multidão. Fiquei impressionada. Não deveria ser assim, mas infelizmente é.

Meu segundo contato com a moda em Joinville  foi com a dona de uma boutique aqui da cidade, chamada Betina Modas. A loja fica localizada na esquina das ruas Rio Grande do Sul com a Major Navarro Lins. Era a dois passos da TWC Comunicação ( agência de publicidade, onde era redatora na parte da manhã), e por isso eu comecei a atendê-las. Quando cheguei lá, encontrei vendedoras extremamente simpáticas que me receberam muito bem, não eram daquele tipo que te olham de cima abaixo com um sorriso disfarçado no canto da boca. Depois de um tempo, fui encaminhada até a dona, uma mulher linda que fala sem parar, inclusive com as mãos, rs. Esse jeito meio italiano de ser deixa a todos bem à vontade. Com o tempo descobri que a empresária Ivanise Burguesan começou vendendo roupas de porta em porta, e que tinha um sonho de abrir uma loja e garantir que suas clientes pudessem andar bem vestidas, pagando um preço justo, e se preciso, parcelando suas compras.
Achei essa atitude de uma simplicidade gigantesca, e isso de fato, tocou o meu coração, e é por esse motivo que essas duas personagens hoje ganharam um espaço no meu blog.

Dizem que quando a mulher está triste ela corta o cabelo e compra uma roupa nova, rs. Hoje eu vejo que a moda vai além de uma simples estratégia do comércio. Uma roupa pode significar uma fase da sua vida, um estado, ou uma lembrança. Garanto que você já pegou uma foto antiga e disse: nossa, como eu era magrinha (o), ou bonita (o), ou feia (o).


Até hoje quando vejo uma calça boca de sino lembro das fotos dos meus pais nos anos 70,  e logo associo com as músicas da jovem guarda. Era a fase deles, o momento deles, e a roupa deles. Hoje concordo que a moda pode traduzir um pouco da tua personalidade, do teu estado de espírito ou até mesmo de um amor que você vive. 

Fotos retiradas do fb.com/betinamodas





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