Sempre achei que moda era um negócio desnecessário. Algo que
a indústria das compras e da publicidade te enfiam goela abaixo. Quando comecei
a trabalhar no Ver Mais Joinville (RICTV Record) confesso, tinha um certo
preconceito com as matérias que envolviam dicas de maquiagem, e tendências de
roupas e calçados. Naquela época eu achava que apenas trabalhar ajeitadinha
para o vídeo está mais do que bom. Um terninho e calça jeans e fechou o caixa.
E aqui entre nós, quando cheguei em Joinville, meu Deus, era muito desajeitada
hahaha.
Convivendo com a apresentadora Evelise Lais, que hoje inclusive
é minha amiga, comecei a olhar o mundo da moda de outro ângulo. Percebi que ela
passava com muita simplicidade dicas para mulheres que muitas vezes estavam
acima do peso, de licença maternidade, com baixa autoestima, e que precisavam
se sentir bonitas. E para elas, aquelas dicas eram importantes. Truques de como
disfarçar as gordurinhas, do tamanho certo de bolsa para cada tipo de corpo e
assim por diante.
Nessa mesma época li um artigo que explicava por que os funcionários
do setor da faxina (limpeza) do metrô de São Paulo trabalhavam com uniformes
sociais, camisa de botão e calça de prega. No texto dizia que um estudo da
empresa comprovou que as pessoas bem vestidas eram melhor tratadas, e
uniformizar o trabalhador com roupas sociais era uma forma de garantir que ele
seria respeitado em meio a multidão. Fiquei impressionada. Não deveria ser
assim, mas infelizmente é.
Meu segundo contato com a moda em Joinville foi com a dona de uma boutique aqui da cidade,
chamada Betina Modas. A loja fica localizada na esquina das ruas Rio Grande do
Sul com a Major Navarro Lins. Era a dois passos da TWC Comunicação ( agência de
publicidade, onde era redatora na parte da manhã), e por isso eu comecei a
atendê-las. Quando cheguei lá, encontrei vendedoras extremamente simpáticas que me receberam muito bem, não eram daquele
tipo que te olham de cima abaixo com um sorriso disfarçado no canto da boca.
Depois de um tempo, fui encaminhada até a dona, uma mulher linda que fala sem
parar, inclusive com as mãos, rs. Esse jeito meio italiano de ser deixa a todos
bem à vontade. Com o tempo descobri que a empresária Ivanise Burguesan começou
vendendo roupas de porta em porta, e que tinha um sonho de abrir uma loja e
garantir que suas clientes pudessem andar bem vestidas, pagando um preço justo,
e se preciso, parcelando suas compras.
Achei essa atitude de uma simplicidade gigantesca, e isso de
fato, tocou o meu coração, e é por esse motivo que essas duas personagens hoje
ganharam um espaço no meu blog.
Dizem que quando a mulher está triste ela corta o cabelo e
compra uma roupa nova, rs. Hoje eu vejo que a moda vai além de uma simples
estratégia do comércio. Uma roupa pode significar uma fase da sua vida, um
estado, ou uma lembrança. Garanto que você já pegou uma foto antiga e disse:
nossa, como eu era magrinha (o), ou bonita (o), ou feia (o).
Até hoje quando vejo uma calça boca de sino lembro das fotos
dos meus pais nos anos 70, e logo
associo com as músicas da jovem guarda. Era a fase deles, o momento deles, e a
roupa deles. Hoje concordo que a moda pode traduzir um pouco da tua
personalidade, do teu estado de espírito ou até mesmo de um amor que você vive.
Fotos retiradas do fb.com/betinamodas
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