Hoje, chegando em casa a noite, abro o portão como de costume e converso com o Maylon (meu cachorro) com a simpatia de sempre: -Oi, querido! Demorei? O que você fez hoje?
Ele sempre me recebe com a tradicional festa.
Minha rua é tranquila e quase não tem movimento a noite, e por isso dou uma folga para o Maylon, que ultrapassa o portão, dá uma cheirada e logo volta aos pulos pra perto de mim.
Confiante dessa rotina feliz e civilizada, não percebi que na casa ao lado, justo no momento em que abro o meu portão, o gato da vizinha resolve sair para esticar as pernas.
O Maylon saiu em disparada, nem olhou para traz e muito menos fez questão de responder aos meus assovios desesperados.
O gato, bem, como posso dizer, já vi raios de tempestades mais lentos que ele. Simplesmente sumiu em segundos em meio a mata de um terreno baldio que tem na esquina. E Maylon no encalço.
Quando consigo me aproximar e pegá-lo pela coleira, a vizinha me encontra no caminho:
-Era um gato que ele perseguia?
Respondi toda constrangida que sim.
Ela disse, acho que era o meu.
Logo emendei: não se preocupe, ele está vivo!
Ela tentando ser simpática, disse que estava tudo bem e que o gato já era descolado, pois sempre fugia dos dela.
Trocamos algumas palavras e mais uma vez pedi desculpas, toda desajeitada, segurando o Maylon pela enforcadeira.
Entramos pelo portão e soltei o Maylon que estava com a adrenalina a mil, e com aquela cara feliz de quem diz: "putz, foi quase!".
Enquanto fecho o portão penso que ter dito que "ele estava vivo" foi péssimo!!
Nem sei o nome dela.
De que adianta ser simpática? Tento ter uma boa relação com os vizinhos, mas o Maylon não deixa hahaha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário